Um quê de mistério continua a envolver o coronavírus, ou COVID-19, a doença infecciosa que, em poucos meses, se espalhou pelo mundo, assumindo as características de uma verdadeira pandemia. Sobre a natureza deste vírus, existem muitas hipóteses e poucas certezas.
O cenário internacional da Primavera de 2020 é novo, inesperado e dramático. O que domina é a confusão porque ninguém pode dizer que sabe realmente o que aconteceu: de onde vem o Coronavírus, quando desaparecerá e como deve ser enfrentado. É certo, porém, que, no fundo deste cenário, continuam a combater-se na história duas cidades, Civitas Dei e Civitas diabuli: o seu fim é aniquilarem-se uma à outra. São as duas cidades de que fala Santo Agostinho: «Uma é a sociedade dos homens devotos, a outra dos rebeldes,…
São Carlos Borromeu (1538-1584), cardeal da Santa Igreja Romana e arcebispo de Milão, de 1565 a 1583, foi definido, no decreto de canonização, como «um homem que, enquanto o mundo lhe sorri com as maiores agruras, vive crucificado ao mundo, vive do espírito, rejeitando as coisas terrenas, procurando continuamente as celestes, imitando na terra, nos pensamentos e nas obras, a vida dos Anjos» (Paulo V, Bula «Unigenitus», de 1 de Novembro de 1610). A devoção aos anjos acompanhou a vida de São Carlos, que o…
A semana da Páscoa de 2020 está destinada a ficar na história, pela sua natureza excepcional, como aquele dia de Fevereiro de 2013 em que Bento XVI anunciou a sua renúncia ao pontificado. Um misterioso fio condutor parece ligar estes dois acontecimentos. Liga-os o mesmo sentimento de vazio.
O cisne-negro (Cygnus atratus) é uma ave rara, originária da Austrália, que assume tal nome pela cor da sua plumagem. Nassim Nicholas Taleb, um analista financeiro, ex-trader em Wall Street, no seu livro O cisne-negro (The Black Swan: The Impact of the Highly Improbable, Random House, New York 2007), escolheu esta metáfora para explicar a existência de acontecimentos inesperados e catastróficos que podem perturbar a vida da comunidade.